Renata, 37 anos...
Eu nunca fui uma
menina que sonhou em casar e ter filhos, quando crescesse. O meu sonho, de
criança, sempre foi ligado a carreira!
Nem por isso, as
coisas aconteceram de forma natural para mim rs. Sou uma pessoa que planeja
muito. Muito mesmo.
Então, quando
encontrei o homem que me despertou o desejo em casar, planejei o meu casamento.
Depois de uns anos de casada, e com o nascimento de minha sobrinha, surgiu o
desejo de ser mãe. Então, eu planejei a minha gravidez. Foi aí que eu percebi
que nesta vida nem tudo acontece conforme planejamos…
Hoje acredito
muuuuuito no tempo de Deus.
Em 2013, resolvi
engravidar. Então para me certificar de que estava tudo certo fui ao GO. Fiz os
exames de praxe e tudo certo: liberada para engravidar.
Mas fui também no meu
endocrinologista (retirei a tireóide em 2010 devido a um câncer), sendo assim
precisava me certificar de que estava tudo certo para engravidar… porém, tive
que fazer mais uma vez um tratamento com iodo radioativo. Conclusão: tinha que
esperar 6 meses para tentar engravidar, para evitar possíveis deformações do
feto em caso de gestação).
Gravidez adiada,
contra a minha vontade, para 2014.
2014 começou e junto
com ele a minha crença de que esse seria “O” ano. Comecei a tentar engravidar.
Lia sobre ovulação, período fértil, muco fértil, simpatia para engravidar, dica
para engravidar, lia, lia, lia… e assim, a cada mês, eu traçava uma nova estratégia
para conseguir engravidar.
Passados 6 meses,
voltei ao GO. Ele me passou a temida histerossalpingografia pare checar se
havia problema de ovulação. Não havia. Ainda assim me passou o Clomid (um
indutor de ovulação) e fizemos ultrassom em todo o período fértil para
acompanhar o crescimento dos folículos (o chamado “coito programado"). Não
deu certo também.
Desisti dessa
estratégia (porque,por tudo o que já tinha lido, acreditava que o meu problema
não estava na ovulação, mas sim na fixação do embrião em meu útero). Então
resolvi procurar uma ajuda mais especializada.
Começo de 2015, fui em
uma GO especialista em infertilidade. Ela me passou alguns para fazer. No meio
desses exames, peguei um resultado alterado: minha progesterona estava muito
acima do normal. Pesquisei no Dr. Google (rs) e foi aí que vi que uma das
causas seria uma possível gravidez. Não estava atrasada. Ainda assim arrisquei
um teste de farmácia. Para a minha surpresa: positivo (que felicidadeeeee).
Liguei para o meu GO
de início para começar o meu pré-natal, enquanto eu pensava se desmarcava (ou
não) o retorno com a especialista. O GO pediu para refazer o beta em 48hs. E
foi aí que o meu pesadelo começou… o beta cresceu, mas não dobrou. Sinal de que
a gravidez não ia nada bem. Fiz o ultrassom e nada de embrião. Nem saco
gestacional havia. Dois dias depois desse ultrassom, fiquei menstruada…. Não
tenho palavras para dizer o que senti naquele momento.
Fui no retorno com a
especialista. Contei tudo isso e novos exames me foram passados. Foram 25 tubos
de sangue coletados, tudo para investigar o motivo do meu aborto.
Dois exames deram
alterados: 1) o crossmatch (a compatibilidade com o material genético do meu
marido estava em 18%); e 2) o MTHFR (uma das espécies de trombofilia).
Explicando rapidinho o
que seria cada um desses meus problemas:
1) devido a
incompatibilidade entre meu material genético e o do meu marido, eu poderia ter
abortado porque meu corpo entendeu o material genético do marido contido no
embriãozinho como um corpo estranho. E o combateu (como faz com qualquer vírus
ou bactéria) até eliminá-lo de vez.
2) a trombofilia seria
o espessamento do sangue causado por problemas de coagulação. Então o aborto
pode ter acontecido pela dificuldade do embriãozinho em fixar no meu endométrio,
ou ainda devido a uma possível obstrução da circulação do sangue que vai para a
placenta.
Tratamentos:
1) vacinas feitas com
o sangue do marido (para o aumentar a minha compatibilidade com o material
genético do marido);
2) afinar o sangue:
para isso deveria tomar todos os dias uma pílula de Aspirina Prevent e depois
de engravidar, usar durante tooooda a gestação, injeções de Clexane.
Até findar o
tratamento com a vacina do marido, a especialista me pediu para não tentar
engravidar, já que novos abortos poderiam acontecer.
O tratamento durou
alguns meses (de junho a agosto). Concluídos os ciclos das vacinas, refiz o
exame e recebi a notícia de que a incompatibilidade havia sido revertida. Agora
sim, eu estava pronta para engravidar =D
A médica especialista,
vendo a minha “ansiedade” em engravidar, sugeriu realizarmos inseminação
artificial. Bastava esperar um novo ciclo, para tentarmos esse tratamento.
Porém, agora o meu
ciclo estava todo doido (não sei se foi devido ao uso da Aspirina Prevent). Só
sei que tinha ciclos que duravam 24
dias, dos quais 12 dias eram de menstruação.
Pensei, agora que
tratei um problema, surge outro?
Achei que com o ciclo
doido, não daria certo fazer a inseminação artificial. Já estava emocionante
desgastada. Não queria mais arriscar. Queria o “tiro certeiro”. Queria fazer a
fertilização in vitro - FIV, pois tinha amigas que fizeram e tiveram sucesso.
Mas eu não tinha o dinheiro necessário para esse tratamento. Por tudo isso,
resolvi procurar uma clínica especializada em reprodução humana, para verificar
a possibilidade de fazer a FIV em troca da doação de meus óvulos.
Fiz a entrevista para
ser doadora, inclusive o ultrassom para ver a minha quantidade de folículos.
Recebi algumas notícias:
1) eu não estava apta
para ser doadora (porque não tinha folículos suficientes para mim e para mais
uma mulher).
2) Eu não precisava de
FIV (de acordo com a médica que me entrevistou, era só uma questão de tempo
para eu engravidar. E caso quisesse algum tratamento, o mais indicado era o
coito programado).
3) Eu tinha um
folículo prestes a eclodir (mesmo já não estando mais - de acordo com
aplicativos e tabelinha - em meu período fértil).
Pois bem… com essa
notícia do folículo prestes a eclodir, aproveitei para namorar bastante naquele
fim de ciclo rs…
Surpreendentemente, o
meu ciclo curtinho já não estava mais dando nenhum sinal. Arrisquei um teste de
farmácia: negativo. Porém, tinha a certeza de que “minha hora havia chegado”.
Então decidi fazer um teste de farmácia por dia, até chegar o meu positivo ou a
minha menstruação.
E assim foi…

Fui correndo na
farmácia, comprei o teste, não bebi água, segurei a urina por 2 horas, fiz xixi
e…. ampulheta girando até o resultado aparecer. A cada giro era um pulo para
dentro do banheiro (para espiar o resultado) é um pulo para fora (com medo de
olhar)...
Parou. Apareceu o
escrito… Tenho que ler. Preciso ler. Mas e se aparecer não grávida??? Como
fico? Não vou ler… não, espera: tenho que ler… e li: G-R-Á-V-I-D-A!!!
Não acreditoooo… Obrigada, meu Deus!!!
Dia seguinte, fui
fazer o beta HCG. Feliz da vida. Peguei o resultado e… 13,9. Hã? (Pelo
laboratório isso era considerado positivo .. mas eu esperava os 1000 que as
minhas amigas tiveram). Aí não... de novo uma gravidez que não vai para frente.
Agora é esperar o aborto.
Esperar o aborto??
Não… esse é o meu sonho e não vou desistir. Fui até a farmácia, comecei a usar
o Clexane.
O GO me orientou a
fazer novo beta a cada 4 dias, já que estava muito baixo o valor. Para a minha
surpresa, o beta estava crescendo taaaanto. Mais que o dobro...Ai, meu
Deus,chegou a minha hora?
Fiz o ultrassom: saco
gestacional, ok. Embrião, ok…. Siiim, dessa vez, estava tudo diferente. Logo,
começaram os enjoos, o sono, a barriga crescer (e junto com ela o sorriso e o
brilho no olhar).
Tudo perfeito! Uma
gravidez linda, tranquila e muito abençoada.
Marquei a cesárea para
o dia 26/07/2016. Mas, nesse mesmo dia, às 8:30hs, minha bolsa rompeu. E às 13:03hs, meu anjinho nasceu: o meu Dieguinho!!!
Lindos! Saudades Re
ResponderExcluirHistória linda!!! De uma mulher guerreira, forte e determinada!
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